As mulheres e as eleiçõesNeila Baldi style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> No dia em que tomei posse na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), olhei com atenção a galeria dos ex-reitores. Apenas homens comandaram a universidade. Lembrei que minha primeira graduação foi realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), quando a professora Wrana Maria Panizzi era reitora. Infelizmente, foi a primeira e única - com dois mandatos, de 1996 a 2004. Nós, mulheres, somos a maioria no magistério. Comandamos escolas, eventualmente até somos secretárias municipais ou estaduais de Educação. Mas em algumas instâncias de poder ainda estamos alijadas. Na UFSM, somos coordenadoras de curso, chefas de departamento, diretoras. Mas nunca fomos reitoras. Esse fato, quando cheguei, me assustou: qual o espaço das mulheres na política da cidade? Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), publicados, recentemente, pelo Diário de Santa Maria, mostram que temos 204.282 eleitores aptos a irem às urnas em Santa Maria em 2020. E que, assim como em nível federal e estadual, as mulheres são a maioria das pessoas aptas a votar (54%). No entanto, assim como a UFSM não teve reitora, Santa Maria não teve prefeita. E, neste ano, continuaremos sem representatividade feminina: são seis candidatos, todos homens. Na capital gaúcha, são 13 candidatos(as), sendo apenas três mulheres. COMO MUDAR? Por que, sendo maioria do eleitorado, não temos mais mulheres na política? Para mim, este fato indica o machismo arraigado em nosso país e, principalmente, em nosso Estado e cidade. Na capital, que temos mulheres candidatas à prefeitura, não há uma chapa pura feminina. Isso também é um indicativo a se pensar. Não podemos esquecer que a Lei nº 9.504/1997 prevê o percentual mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Ou seja teoricamente, criou 'cotas' para as mulheres. Mas, ao que parece, nós - mulheres - estamos ocupando essas cotas para as eleições legislativas e, em muitos casos - como reportados nas eleições de 2018 - servindo como 'laranjas'. Como mudamos esta trajetória? Primeiro, precisamos de uma educação antimachista. Precisamos de formação política e, esta, não se dá só nos partidos. Quando eu sou líder de turma, quando viro representante estudantil, estou me formando para, lá na frente, estar em instâncias de poder - tanto cargos diretivos eleitos, como no caso da universidade, quanto em eleições parlamentares e executivas. Como mulheres, precisamos estimular que outras mulheres estejam nos representando - e votar nelas. Em curto prazo, para termos candidatas à prefeitura, teremos que fortalecer as mulheres no Legislativo. Talvez, daí, saia, em um futuro próximo, uma candidata à prefeita. O que teremos primeiro: uma prefeita em Santa Maria ou uma reitora na UFSM? |
Crítica ou retroalimentaçãoNoemy Bastos Aramburú style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Nunca estas duas palavras foram tão aplicadas como está acontecendo na era Covid-19, pois enquanto uns praticam a Crítica, outros, a Retro alimentação, mas o certo é que dificilmente escapamos delas. Mas o que é a Crítica e o que ela produz? Previne a mudança, orienta falar, foca o passado, causa atitude defensiva, inibe aprendizagem, consome energia, limita os resultados e orienta-se no "tu". Já a Retroalimentação promove a mudança, orienta perguntar, foca o futuro, convida à abertura, inspira aprendizagem, gera energia, realça os resulta-dos e orienta-se no "nós". Na época do lockdown em março, participei de uma conversa com um grande empresário do ramo da gastronomia, o qual confessou que jamais imaginou vender seus pratos por tele-entrega, pois a apresentação destes, na forma elegantemente elaborados, era impossível numa embalagem para tele entrega; porém, ao praticar a retroalimentação promovendo a mudança e inspirado na aprendizagem, aderiu ao sistema conseguindo manter os mesmos índices de venda antes da pandemia. Ainda focado no futuro criou uma alternativa, abriu a empresa um Café, para atender um público mais diversificado, com esta energia aumentou o número de empresas e, consequentemente, suas entradas, realçando os resultados. MOMENTO DIFÍCIL Já a Crítica tem-se visto nos contratos firmados na era Covid-19, pois passou a fazer parte das cláusulas as previsões para o descumprimento em razão de pandemias, isto é, prevenindo mudanças, uma vez que os contratos firmados antes de 2020, não possuíam nenhuma previsão legal neste sentido, realçando resultados. Infelizmente, nem todas as pessoas conseguiram praticar a Retroalimentação, apenas a Crítica, por exemplo, a fala do presidente Jair Bolsonaro na manhã do dia 29 de setembro, publicada pela Veja, em que disse "Ser presidente, governador ou prefeito, não é sentar na cadeira e esperar a banda passar. Tem que tomar decisões, momentos difíceis. Não existe um momento mais difícil do que este que estou vivendo aqui no Brasil, não existe", um exemplo claro da Crítica, consumo de energia. A própria lei para o uso da máscara reforça a Crítica promovendo a mudança, de forma negativa, pois, inibe a aprendizagem e limita os resultados, causando uma atitude defensiva, mas infelizmente como disse o residente, os prefeitos também têm que "tomar decisões, momentos difíceis". Felizmente, independentemente de Crítica ou Retroalimentação, ficou um grande aprendizado onde o "nós" suplanta o "eu", e a criatividade, ser audaz e criar alternativas para solucionar os problemas difíceis, têm sido o maior desafio e o que permitiu alcançarmos o mês de outubro com a certeza de dias melhores. |